GM Anúncio que até 2035 vai Fabricar Apenas Carro Eletrico

Escrito por: Marlon Glitz

Escrito por: Marlon Glitz

Data da publicação: 21/07/2023

Rumo à neutralidade de carbono até 2040, a iniciativa desponta como uma das mais ousadas na indústria automobilística.

O fim Iminente dos Motores a Combustão.

A General Motors anunciou na quinta-feira que irá gradualmente eliminar carros e caminhões movidos a petróleo, passando a comercializar apenas veículos com zero emissões de escapamento até 2035. Essa mudança representa uma grande transformação para uma das maiores montadoras do mundo, que atualmente obtém bilhões de dólares de receita com a venda de picapes e utilitários esportivos que consomem grande quantidade de gasolina.

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Esse anúncio provavelmente exercerá pressão sobre outras montadoras ao redor do mundo para assumirem compromissos semelhantes. Além disso, pode encorajar o presidente Biden e outras autoridades eleitas a defenderem políticas ainda mais ambiciosas na luta contra as mudanças climáticas. Os líderes poderão usar a decisão da GM como evidência de que até mesmo grandes empresas estão se comprometendo com a transição para longe dos combustíveis fósseis, que têm sido a base da economia global por mais de um século.

Essa decisão da GM terá um impacto significativo na indústria automobilística, que empregava cerca de um milhão de pessoas nos Estados Unidos em 2019, sendo o setor manufatureiro com maior número de empregos. Também trará consequências importantes para o setor de petróleo e gás, que está fortemente ligado aos motores a combustão.

Uma mudança rápida na indústria automobilística poderá resultar em perda de empregos e falências de negócios em áreas relacionadas. Os carros elétricos dispensam a necessidade de transmissão e troca de óleo, o que significa que os postos de gasolina tradicionais precisarão se adaptar. Além disso, a fabricação de veículos elétricos requer menos trabalhadores, o que pode colocar em risco empregos no setor de manufatura convencional. No entanto, essa mudança também criará novas oportunidades de emprego em setores como fabricação de baterias, mineração e estações de recarga.

Carros Elétricos

Carros elétricos lideram a expansão na indústria automobilística atual, no entanto, ainda representam uma fatia relativamente pequena das vendas totais de carros novos, correspondendo a cerca de 3% do mercado global, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Apesar disso, suas vendas dispararam na Europa e na China no último ano, embora nos Estados Unidos ainda sejam considerados produtos de nicho. Em geral, esses veículos são preferidos por consumidores de maior poder aquisitivo, atraídos por modelos de luxo da Tesla, líder incontestável no setor, e também por aqueles com consciência ambiental aguçada.

Enquanto a General Motors anunciava sua ousada decisão de transição para carros elétricos, a Ford Motor preferiu não comentar diretamente sobre essa mudança, mas afirmou que está comprometida em liderar a revolução dos veículos elétricos nas áreas onde possui expertise. Muitas outras montadoras, em sua maioria europeias, também prometeram passos na direção da GM, mas de forma mais gradual. Por exemplo, a Daimler, fabricante dos carros Mercedes-Benz, planeja ter versões elétricas ou híbridas para cada modelo até 2022, enquanto a Volkswagen se comprometeu a oferecer uma versão elétrica para cada um de seus modelos até 2030.

A decisão da GM de abraçar os carros elétricos é parte integrante de uma estratégia mais ampla para alcançar a neutralidade de carbono até 2040. Mary T. Barra, presidente e CEO da GM, afirmou que a empresa está unindo forças com governos e outras empresas em todo o mundo para contribuir com um planeta mais seguro, ecológico e próspero. Além disso, ela encorajou outras empresas a seguirem o exemplo, visando um impacto positivo no setor automobilístico e na economia global como um todo.

O crescente domínio dos veículos elétricos

Preços em queda

Montadoras como Ford, Tesla e outras estão reduzindo seus preços para atrair mais compradores, à medida que a oferta de modelos movidos a bateria supera a demanda. Essa competição tem sido positiva para os consumidores, tornando os veículos elétricos mais acessíveis e atraindo um público maior.

Uma nova utilidade para carros elétricos

Especialistas em energia apontam que os veículos movidos a bateria têm potencial para desempenhar um papel importante no suporte às redes elétricas e manter as luzes acesas durante apagões. Com tecnologias de armazenamento de energia em evolução, os carros elétricos podem ser usados como fonte de energia para ajudar a equilibrar a oferta e a demanda em momentos de pico.

A busca por recursos minerais

Com o aumento da demanda por veículos elétricos, muitas montadoras estão firmando acordos com empresas de mineração de lítio, um componente essencial para as baterias. Essa iniciativa visa evitar possíveis escassez de matéria-prima que poderia comprometer a produção e o avanço dos veículos elétricos.

Disputas na infraestrutura de carregamento

A crescente adoção de veículos elétricos também trouxe desafios relacionados à infraestrutura de carregamento. Montadoras como GM e Ford estão trabalhando em conjunto com a Tesla, que detém tecnologia avançada de carregamento, para desenvolver uma rede robusta de estações de recarga em todo o país. Essa cooperação pode levar a uma evolução na maneira como os veículos elétricos são carregados e fornecer uma experiência mais conveniente para os usuários.

A ascensão dos veículos elétricos

Está impulsionando mudanças significativas em diferentes aspectos da indústria automobilística. À medida que mais fabricantes competem nesse mercado emergente, é provável que vejamos avanços tecnológicos, maior sustentabilidade e uma maior disponibilidade de opções para os consumidores interessados em adotar a mobilidade elétrica.

Politica e os Carros Elétricos

A GM anunciou sua decisão apenas uma semana após o presidente Biden assinar uma ordem executiva instruindo a Agência de Proteção Ambiental e o Departamento de Transporte a restaurar rapidamente as rígidas regulamentações de economia de combustível estabelecidas durante o governo Obama. Além disso, Biden também emitiu outra ordem para o governo federal adquirir veículos totalmente elétricos. Essas ações fazem parte dos esforços do governo para impulsionar a adoção de veículos elétricos e combater as mudanças climáticas.

A Casa Branca, através de seu porta-voz Vedant Patel, elogiou o compromisso da GM em abraçar tecnologias mais limpas e renováveis, destacando que tais iniciativas contribuem para o crescimento econômico e a criação de empregos com salários justos.

Esse movimento da GM é percebido como uma resposta ágil ao cenário político da Casa Branca. A CEO da GM, Barra, anteriormente se encontrou com o presidente Trump nos primeiros dias de seu governo, pedindo a reversão das regulamentações mais rígidas de controle de poluição estabelecidas durante o governo Obama. O fato de a empresa ter mudado de posição em relação a essas questões ao longo dos anos é visto como um sinal positivo e apreciado por aqueles que buscam a descarbonização dos veículos a longo prazo.

Margo Oge, uma ex-funcionária do governo Obama que teve papel relevante na criação dos rigorosos padrões de economia de combustível, agora atua como consultora informal para o governo Biden e empresas automobilísticas. Ela enfatizou que a decisão da GM contribui para o objetivo maior do governo Biden-Harris de promover a descarbonização dos veículos e acelerar a transição para uma economia mais sustentável, indo além de apenas reverter políticas anteriores.

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Oferta e Demanda

Markus Duesmann, o CEO da Audi, uma montadora de carros de luxo pertencente à Volkswagen, afirmou que a velocidade da transição para os carros elétricos será ditada pelos próprios clientes. Ele destacou que, há uma década, ninguém poderia prever a rápida mudança que o setor automobilístico vive atualmente em direção aos veículos elétricos. Como chefe de tecnologia da Volkswagen, Duesmann reconhece a importância da resposta do mercado e dos consumidores diante dessa revolução na indústria.

Por outro lado, Ferdinand Dudenhöffer, um experiente analista da indústria, observou que, mesmo que algumas montadoras europeias não tenham estabelecido uma data concreta para eliminar os motores de combustão interna, há um consenso geral de que os carros elétricos dominarão o mercado dentro de um prazo de 10 a 15 anos. Essa perspectiva reflete a crescente aceitação e demanda por veículos elétricos por parte dos consumidores e a conscientização das montadoras sobre a necessidade de aderir a essa tendência.

Desde o início de seu mandato, o presidente Biden deixou claro que combater as mudanças climáticas é uma das principais prioridades de sua agenda. Uma das áreas de foco é estabelecer padrões federais mais rigorosos para a redução da poluição dos escapamentos de veículos, pois essa é uma das principais fontes de gases de efeito estufa nos Estados Unidos. Essas ações têm como objetivo acelerar a transição para veículos mais sustentáveis e com menores impactos ambientais, alinhando-se com os esforços globais para combater as mudanças climáticas e promover uma economia mais verde e resiliente.

Politicas Passadas

Antes, sob os padrões estabelecidos durante a era Obama, as montadoras eram obrigadas a alcançar uma média de 54,5 milhas por galão até 2025. Essa meta ambiciosa tinha o potencial de eliminar cerca de seis bilhões de toneladas de dióxido de carbono, um dos principais gases do efeito estufa, ao longo da vida útil dos veículos. Além disso, os padrões encorajavam uma transição ampla para veículos híbridos e elétricos.

Contudo, durante a administração Trump, esses padrões foram reduzidos para cerca de 40 milhas por galão, resultando essencialmente na eliminação da necessidade das montadoras investirem em tecnologias mais eficientes em termos de consumo de combustível.

Atualmente, com a administração Biden no comando, espera-se que até abril sejam anunciadas novas regras que exigirão que os veículos alcancem uma média de cerca de 51 milhas por galão até 2026. Essas novas propostas também buscarão impulsionar a produção e as vendas de veículos elétricos, incentivando a transição para uma frota mais ecológica e alinhada com os esforços para combater as mudanças climáticas.

O American Petroleum Institute, uma associação que representa empresas de petróleo e gás, ressalta que as montadoras tomarão decisões alinhadas com seus interesses comerciais. No entanto, o vice-presidente sênior do grupo, Frank Macchiarola, enfatiza a importância de garantir o direito dos consumidores de escolher o tipo de carro que desejam dirigir. Essa perspectiva coloca em evidência o equilíbrio entre os interesses do setor automobilístico e a necessidade de promover opções mais sustentáveis para os consumidores conscientes do impacto ambiental de suas escolhas.

Perspectivas Futuras

A visão de um futuro movido inteiramente por veículos elétricos representa uma transformação radical no pensamento da General Motors (GM). Há pouco mais de duas décadas, a empresa desenvolveu um inovador carro elétrico experimental chamado EV1, que foi disponibilizado para um seleto grupo de clientes. Esse veículo recebeu elogios entusiasmados por parte dos ambientalistas. No entanto, a montadora percebeu pouco potencial de lucro no EV1 e, ao mesmo tempo, observou uma mudança de preferências dos consumidores americanos em direção a SUVs.

Infelizmente, a GM encerrou o projeto do EV1 e chegou até a retirar os carros dos clientes e destruí-los, um episódio dramático que foi documentado no filme “Quem Matou o Carro Elétrico?”. Essa decisão prejudicou a reputação da empresa perante os círculos ambientais e gerou críticas sobre a falta de compromisso da montadora com veículos mais ecológicos.

Nos anos 2000, a GM também foi criticada por sua produção contínua de SUVs cada vez maiores

Isso reforçou a percepção de que a empresa estava priorizando lucros em detrimento da sustentabilidade ambiental.

No entanto, em 2008, a situação mudou quando os preços da gasolina começaram a aumentar, expondo a vulnerabilidade da GM, que estava focada principalmente na fabricação de picapes e SUVs. A falta de opções de veículos com baixo consumo de combustível foi um dos fatores que contribuíram para os problemas financeiros da empresa, resultando em uma falência apoiada pelo governo.

Embora a GM tenha agora anunciado um compromisso claro com a transição para carros elétricos, alguns especialistas permanecem céticos em relação à rapidez com que a empresa implementará essa mudança. Há preocupações de que futuros líderes, como Mary Barra ou seus sucessores, possam reconsiderar ou atrasar os planos de eletrificação, devido a mudanças nas circunstâncias do mercado ou em prioridades estratégicas.

No entanto, é importante observar que a transição para veículos elétricos é uma tendência crescente em todo o setor automobilístico, e a pressão crescente dos consumidores e das autoridades governamentais para a redução das emissões de carbono pode influenciar a GM a cumprir suas metas ambiciosas em direção a um futuro mais sustentável.

Metas Desafiadoras e Criticas ao Redor

“Parafraseando Thomas Edison, o caminho para atender às necessidades dos consumidores e do clima requer 1% de inspiração e 99% de dedicação”, afirmou David Friedman, vice-presidente da Consumer Reports. Ele enfatizou que aspirações fortes são importantes e motivadoras, mas são os planos de produção sólidos e políticas eficazes que realmente impulsionam o mercado e o enfrentamento das questões climáticas.

Apesar das críticas, muitos no movimento ambiental estão confiantes na mudança de postura da GM. A empresa está colaborando com o Fundo de Defesa Ambiental (EDF) para desenvolver uma “visão compartilhada” de deixar os veículos movidos a combustão no passado. O presidente do EDF, Fred Krupp, afirmou que embora a organização e a GM tenham tido diferenças no passado, estão dispostos a trabalhar juntos neste novo cenário, esperançosos de uma parceria mais produtiva.

A GM delineou planos ambiciosos para reduzir sua pegada de carbono

Então além da transição para veículos elétricos, a empresa pretende aumentar significativamente o uso de energia renovável e neutralizar ou compensar as emissões de suas fábricas, prédios, veículos e outras fontes.

Para cumprir essas metas, a GM alocou um investimento substancial de US$ 27 bilhões nos próximos cinco anos. Esse montante será destinado à introdução de 30 novos modelos de veículos elétricos, incluindo o lançamento da aguardada picape elétrica Hummer, que está prevista para iniciar entregas aos clientes ainda neste ano. No momento, o principal veículo elétrico da GM nos Estados Unidos é o Chevy Bolt, um carro compacto, enquanto a empresa já oferece diversos modelos elétricos na China.

Com essa ambiciosa estratégia, a GM busca se posicionar como líder na indústria automobilística e atender à crescente demanda por soluções de transporte mais sustentáveis em todo o mundo. Além disso, o investimento em energia limpa e tecnologias verdes pode contribuir para a criação de empregos e impulsionar a inovação no setor automobilístico. A transição para veículos elétricos também representa uma oportunidade para a empresa se adaptar às mudanças nas preferências dos consumidores e às demandas crescentes por responsabilidade ambiental.

Ação Simbólica com efeitos Futuros

“Este é um movimento audaciosamente cauteloso”, comentou Erik Gordon, professor de administração da Universidade de Michigan especializado na indústria automobilística. Ele enfatizou que embora a decisão não seja excessivamente arriscada, é altamente simbólica e voltada para o futuro. Considerando que daqui a quinze ou vinte anos, o cenário automotivo pode ser completamente diferente, com Mary Barra não ocupando mais a posição de CEO, a atual medida representa um importante passo em direção às transformações necessárias.

O anúncio da GM causou um impacto positivo nas ações da empresa

Ações subiram 3,5%. Isso reflete o crescente consenso entre os investidores de que os carros elétricos são o futuro e que empresas como a Tesla e outras montadoras inovadoras estão destinadas a dominar a indústria automobilística. Nesse cenário, as empresas que não acompanharem a transição para veículos elétricos provavelmente enfrentarão dificuldades.

Entretanto apesar dos avanços na adoção de carros elétricos, é importante lembrar que mesmo se a GM e outras montadoras conseguirem realizar a transição para uma frota totalmente elétrica até 2035 ou 2040, ainda haverá milhões de carros e caminhões com motores de combustão circulando nas estradas por muitas décadas. Atualmente, existem mais de 250 milhões de veículos em uso nos Estados Unidos, a maioria dos quais ainda utiliza gasolina ou diesel, com uma média de cerca de 11 anos de idade. Isso destaca a necessidade de políticas governamentais e incentivos para acelerar a substituição desses veículos por opções mais sustentáveis e limpas.

Além disso, é importante considerar o papel das infraestruturas de carregamento e das baterias em todo esse processo. Portanto o aumento da disponibilidade de estações de carregamento rápido e o desenvolvimento contínuo da tecnologia de baterias de longa duração são fundamentais para impulsionar a adoção em massa de veículos elétricos. Também é necessário o envolvimento de várias partes interessadas, como governos, indústria e sociedade civil, para garantir uma transição suave e bem-sucedida para um futuro mais sustentável na indústria automobilística.

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